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História da Alvorada, leitora do blog

Recebi um comentário um dia desses e fiquei intrigada.  Então decidi fazer uma entrevista por email com a leitora que fez o comentário. Ela disse que a queda dela começou como a minha e que até as unhas elas chegou a perder!  Fiquei curiosa, pois minhas unhas sofrem bastante também, e nunca havia relacionado isso ao fator autoimune da alopecia.

Alvorada, obrigada pelo carinho com o qual respondeu às perguntas. Tenho certeza de que sua história de superação vai ajudar muita gente, com certeza me ajudou!

Mel – Alvorada, como que começou sua queda?

Eu tinha 16 anos, foi em 2001, no mês de Março, eu notei que na minha nuca tinha um “buraquinho” sem cabelo, eu achei que não era nada, porque nesse tempo eu estava depressiva por causa do meu excesso de peso.

Mel – Como foi chegar ao diagnóstico? Foi fácil, foi difícil? Visitou muitos médicos?

Alvorada – Em abril percebi que aquele buraquinho estava ficando maior, minha médica disse que era psicológico, e me passou uns comprimidos para estresse, só que não  adiantou nada, caiu ainda mais. Retornei no mês seguinte e perguntei se tinha algum exame para detectar ela disse que não, me passou Minoxidil que ardia muito, e disse que se não  funcionasse não  tinha mais jeito. O remédio não funcionou. Então procurei outros médicos, e ninguém sabia o que era, fiz vários exames, eu já não aguentava mais, me sentia uma peneira de tanto ser furada, kkkkkkkkkk. Então em 2005 foi que uma médica me deu um diagnóstico, fiz um tratamento com ela e não deu certo e no ano passado encontrei um especialista, fiz outro tratamento com difenciprone se não  me engano era esse o nome, só que era horrível, ardia muito e eu tinha que passar  o fim de semana presa em casa. Esse também não  deu resultado.

 

Mel – Quando você viu que perdeu todo o cabelo, qual foi sua primeira reação? Querer ele de volta à qualquer custo? Ficar deprimida? Procurar um substituto para seu cabelo?

Alvorada- Nossa foi horrível, meus cabelos eram lindos, eu fiquei deprimida, mas não deixava transparecer para as pessoas, porque eu não  queria que as pessoas tivesse pena de mim. O mais difícil para mim, além de perde os cabelos, as sobrancelhas, os cílios e parte dos cabelos dos braços e pernas, foi o preconceito, nossa era horrível, eu ficava muito mau, evitava sair na rua. Cheguei ao ponto de largar a escola; fiquei totalmente deprimida, eu me achava uma decepção, gorda, careca e burra. A minha mudança começou quando eu fui diagnosticada com depressão, um médico conversou comigo e disse que só eu, poderia mudar o meu quadro, e, me aconselhou a procurar um psicólogo e um psiquiatra, porque ele achava que eu iria precisar tomar antidepressivos. Naquela mesma semana, iria acabar o ano letivo e eu lógico fui reprovada, afinal eu não  frequentava a escola, então entrei em pânico e me escondi dentro do banheiro, em baixo da pia,com as luzes apagadas e chorei,chorei muito e só pedia a Deus para me tirar daquele fundo do poço, onde me encontrava, Deus me ouviu, comecei a me sentir melhor e sai dali, cheguei para minha mãe e disse, que não iria tomar remédio nenhum,porque se eu entrei,eu saberia sair. Querer os meus cabelos, eu quero muito, mais a qualquer custo não ; não  tomei corticoide,porque a minha família tem pré disposição para o câncer, então acho que não  vale a pena arriscar a minha vida, por uma vaidade. Eu apelei para as perucas, hoje uso as front lace, porque tenho um pouco de cabelo e não  tenho coragem de raspar.

Mel – Você mencionou num comentário sobre suas unhas, você poderia contar o que aconteceu com elas? Acho que muitas vezes as pessoas e médicos ignoram esse aspecto da queda autoimune.

Alvorada – As minhas unhas caíram todas, das mãos e dos pés, antes dos cabelos, na época achei que a culpa era da manicure, depois percebi, que elas cresciam muito fracas e caiam. Procurei o médico e nada foi detectado, então ele me mandou usar uma base manipulada, ela ajudou bastante, mas as unhas continuaram fracas.

Então fui pesquisar o que fazer, comecei a me alimentar melhor, eu descobri que óleo de cravo é ótimo, e passei eu mesma a cuidar das minhas unhas, hoje elas estão 80% melhor, o meu médico disse que isso pode acontecer, quem tem alopecia universal, pois o meu sistema imunológico acredita que está me protegendo, ele também disse que tenho uma predisposição genética para perda de cabelos, e, de acordo com o que tem estudado, muitas vezes isso acontece com pessoas que passaram por alguma, coisa que mexeu com o seu  sistema nervoso.

Mel – E agora, como é sua vida?

Alvorada – Agora digamos que é 90% normal, porque eu não  posso passar muito tempo na praia, por causa da peruca. Mas de resto faço tudo e quando alguém descobri, falo abertamente sobre o caso.

Se eu ficar me incomodando com que os outros pensam, eu não  vivo, e o tempo não  vai parar, só porque não  tenho cabelo e quando der por mim, a vida acabou e eu não  aproveitei. 

Mel  – E o mais importante, como dar a volta por cima? Que recado gostaria de deixar para os leitores do blog?

Alvorada – Vivam porque a vida é uma só, se olhem no espelho, se vejam de verdade, e parem de se preocupar com que os outros pensam, se preocupe com o que você quer, afinal você decide se quer vencer a vida ou quer que a vida lhe vença. Fiquem com Deus.

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